terça-feira, 4 de janeiro de 2011

SER NADA.

Deixa-me parar de respirar, deixa-me morrer... sim, morrer.
Deixa-me sentir o frio da morte, porque eu sei que até mesmo o meu corpo frio e morto, será mais quente que a minha alma fria e vazia.
A inutilidade da minha alma que negligenciou o meu coração que agora a única função é bombear o sangue, só para me manter viva.
Mas o que importa estar viva, se eu estou morta por dentro?
O que interessa ter um coração, se ele bate por ti?
Deixa-me apodrecer a um canto.
E deixa todos os fungos e germes cuidarem dos meus restos mortais e transformá-los em .
Deixa-me ser nada.
Deixa-me ser o vazio, a escuridão.
Deixa-me ser nada, de modo que não deixe quaisquer tipo de lembranças ou marcas do que eu fui algum dia.
Agora, põe a mão na minha boca e tapa o meu nariz.
Não deixes que o ar passe até que os meus pulmões sofram com a falta de oxigénio.
O meu coração deixa de bombear vida ao meu corpo e, finalmente, eu estou sozinha.
Finalmente, estou em paz.
Agora vai embora e não olhes para trás.
Não me lembro de quem eu sou. Agora não sou nada, porque neste momento eu não sou digna de sequer olhar para ti.

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